terça-feira, 22 de junho de 2010

CRYPTOSPORIDIUM.FERRET.FÊMEA.1 ANO

Ferret chegou à clínica apresentando diarréia de cor amarelada e odor fétido.
Animal apresentava-se alerta, sendo que proprietario relatou perda de apetite e leve emagrecimento.
Feito parasitológico de fezes nos métodos WILLIS / SACAROSE, onde no método sacarose foi observado cistos de coccidea-Cryptosporidium sp.

Cryptosporidium é um gênero do filo Apicomplexa, família Cryptosporidiidae, classe Coccidia (Levine, 1984), reconhecido atualmente como um dos principais patógenos entéricos de potencial zoonótico. É um protozoário oportunista, que acomete uma ampla variedade de vertebrados (Gómez et al., 1996; Fayer et al., 2000), podendo provocar diarréia aquosa, perda de peso e dores abdominais (Hill et al., 1997; Baraldi et al., 1999; Borges et al., 2009).

Os mustelídeos são altamente susceptíveis a uma variedade de doenças infecciosas que atingem humanos e outros mamíferos (Cubas et al., 2006). Nestes animais, de vida livre ou em cativeiro, já foram reportados casos de infecção por Giardia sp., Eimeria sp., Toxoplasma gondii, Isospora sp., Dioctophyma renale, Trypanosoma cruzi (Cubas et al., 2006) e Cystoisospora sp. (Faccio et al., 2008), porém nem sempre havia manifestações clínicas.
A criptosporidiose em furão já vem sendo reportada em outros países, desde a década de 80, onde se verificou positividade de 40% para este coccidia em animais jovens (Rehg et al., 1988). A literatura reporta casos fatais desta enfermidade em furões mantidos em cativeiro (Gomez-Villamandos et al., 1995). O gênero Cryptosporidium também já foi reportado em mustelídeos das espécies Lutra lutra e Lutra canadensis (Gaydos et al., 2007; Mendez et al., 2007).
Oocistos de cryptosporidium são menores que os de giardia, que medem 10 µm, enquanto que Cryptosporidium mede 5 µm.

PIOMETRA.BEAGLE.CAN.12 ANOS

Beagle obesa, 12 anos chegou à clinica com quadro de emese e secreção vaginal muco-purulenta enegrecida.
Feito US que revelou cistos em ambos os rins, figado hiperecoico, paredes de cornos uterinos aumentados com pouco conteudo em seu interior.
Feito HEMOGRAMAapresentando leve anemia normocitica normocrômica, de HT 32%; proteinas totais 8,6
Leucócitos se encontravam dentro do padrão de normalidade de 13.900
Neutròfilos com toxicidade moderada,sendo sua maioria hiposegmantos; linfócitos se apresentavam reativos.
Contagem Plaquetária foi de 220,000

Feito bioquimicos onde o valor da função renal-creatinina foi de 0,9mg/dl e uréia 40mg/dl
Função Hepatica-Fosfatase alcalina foi de 2525U/l e ALT de 51U/l.

toxicidade dos neutrófilos
Piometra é o acúmulo de secreções purulenta no lúmen uterino de cadelas ou
gatas sexualmente intactas (ARNOLD et al., 2006). Essa enfermidade pode
apresentar-se de duas formas: com a cérvix aberta, sendo denominada de
piometra aberta, ou com a cérvix fechada sendo denominada de piometra
fechada, a qual é caso de urgência na medicina veterinária, pois representa risco
de vida para a paciente.
O hemograma é um exame muito significativo, podendo indicar anemia
normocítica normocrômica não regenerativa de grau leve a moderado, sendo que
isso ocorre devido a um efeito supressor das toxinas bacterianas na medula óssea e
também devido à perda de hemácias que migram para o local da infecção por
diapedese (COUTO e NELSON, 1998; FELDMAN e NELSON, 1996). O volume
globular pode estar aumentado devido à desidratação. O leucograma, em alguns
casos de piometra aberta, pode apresentar-se normal, enquanto que em casos de
piometra fechada esse exame pode estar alterado, apresentando uma leucocitose
por neutrofilia com desvio à esquerda e neutrófilos tóxicos (JOHNSON, 1995).
O diagnóstico de escolha é o ultra-som, pois com ele pode-se avaliar o
tamanho e a espessura do útero e muitas vezes também é possível diagnosticar o
tipo de secreção acumulada no lúmen uterino. O ultra-som permite diferenciar um
aumento de volume uterino decorrente de uma gestação em fase inicial, onde se
pode identificar estruturas fetais moles e batimentos cardíacos de uma piometra. Ao
ultrasom, a piometra aparece como uma estrutura tubular com fluído anecóico ou
hipoecóico (FELDMAN e NELSON, 1996).